Desafio: liste dez jogos que fizeram alguma diferença na sua vida (1/10)

Está rolando um desafio no Facebook no qual as pessoas desafiadas precisam listar seus dez jogos preferidos, ou dez jogos que fizeram alguma diferença em suas vidas, ou dez jogos que você curtiu por algum motivo etc.

Eu tenho uma lista, que não é a de “melhores jogos” ou “os mais não sei o que”. São dez que eu curti muito jogar e que me vieram à cabeça na hora, sem qualquer ordem de preferência.

Vamos ao primeiro…que rufem os tambores…

Afterburner

Afterburner (arcade)
Lançado em 1987 pela SEGA, é um arcade de simulador de combate aéreo. Você joga dentro de uma cabine estilizada e pilota um F-14 Tomcat para cumprir as missões, destruindo os inimigos e desviando dos tiros e mísseis deles.

O grande barato do jogo, para mim, era que a cabine se mexia conforme as manobras que eu fazia no manche. Claro que não dava um loop, mas já era sensacional (pelo menos para mim). A forma como o som ecoava na cabine era outra coisa que eu adorava e me envolvia bem nas partidas. E dá-lhe fichas…

Li na Wikipedia que houve versões de Afterburner para outras plataformas, como Commodore 64, MS-DOS, MSX, NES, Master System e ZX Spectrum. Eu não tive oportunidade de jogar nenhuma dessas outras e tenho certeza de que não seria possível reproduzir a sensação de estar na cabine que a versão inicial, do arcade, permitia.

Tem um vídeo legal de gameplay que eu achei no Youtube para quem nunca viu (ou jogou) ter uma pequena ideia de como era.

Não percam o próximo jogo, em breve. Se quiser fazer algum comentário fique à vontade. Aproveite e faça sua lista.

Atualização em 13/01/2016: finalmente consegui escrever sobre o segundo jogo. Clique aqui e confira.

Aula ou bar? Que dúvida…

Li um post no FB de um colega professor muito conceituado (e a quem aprecio) que eu não vejo há vários anos, mas procuro acompanhar o que escreve pois sempre tem algo interessante a dizer. Ele se referiu ao esforço dos profissionais da Educação no sentido de tornar as aulas mais atraentes para “tirar os alunos dos bares ao redor das universidades e trazê-los para as aulas de aula”.

Segundo ele (e eu concordo com essa visão), virou moda demonizar a aula expositiva e os professores deveriam inovar seus métodos de ensino. Ao mesmo tempo, ele comentou (e é outra verdade) que há professores que ministram ótimas aulas expositivas e com isso contribuem de forma significativa para o aprendizado de seus alunos.

É uma discussão muito pertinente e não existem fórmulas prontas. Tentarei contribuir de alguma forma com o debate e espero poder ajudar alguém com essas palavras.

Primeiro, acho importante deixar claro que minha área profissional hoje é a Educação. Lecionar para mim não é um “bico”, não é uma forma de complementar renda. E adoro lecionar, pois entendo que a Educação é uma das (talvez poucas) formas de se progredir honestamente na vida e fico muito contente em poder contribuir com isso. Eu sempre quis ser professor e hoje sou feliz como um porco na lama. 🙂

Isto posto, digo que como professor não me vejo como alguém que ensina já que no meu modo de ver o aluno é que aprende, se tiver vontade. Explico isso aos meus alunos e digo que se eles quiserem aprender eu estarei lá para trazer algumas informações básicas, tentar conectar essas informações com a realidade, indicar o que eles podem fazer para se aprofundar e tentar responder eventuais dúvidas deles, ainda que seja trazendo mais dúvidas. Nesse sentido eu ajudo quem posso e quem quer ser ajudado.

Digo ainda que eu não me vejo como alguém que tenha de incentivar os alunos a estudar ou mesmo a comparecer às aulas, já que eu entendo que ninguém apontou uma arma para a cabeça deles e ingressaram no curso porque quiseram. Cada professor faz aquilo que julga mais adequado para tentar atingir positivamente seus alunos, mas eu abomino essa história de fazer funk para explicar um assunto e não sou animador de auditório.

Outro ponto que eu procuro deixar claro: eu tenho a minha graduação completa, minhas pós e continuo estudando. Quem está buscando algo (ou deveria estar) é o aluno. Cabe a ele, na medida de seus interesses, dedicar-se a aprender aquilo que precisa, cumprir os créditos e concluir o curso. Vários alunos ingressam na graduação sem ao menos ter maturidade suficiente para entender a utilidade de determinadas coisas e muitos realmente não sabem nada sobre o mundo. Sinceramente, eu não vou ficar me esgoelando em uma sala de aula.

Ainda é importante notar que vemos alunos que chegam na faculdade e parece que viveram em uma bolha, em uma redoma onde tudo era lindo e maravilhoso e ele era o cara mais inteligente do mundo. Quando ele chega na graduação e descobre com uma crítica que não é tudo aquilo que ele foi levado a acreditar até aquele momento começa o conflito. Já li no Facebook depoimento de aluno que diz ter ficado nervoso pois o professor lhe disse que ele precisaria fundamentar seu discurso. Esse é um que provavelmente nunca foi contrariado.

Todos podemos aprender algo de duas formas: pelo amor ou pela dor. No mundo em que vivemos, com essa competição desenfreada e muitas vezes desleal à qual muitos de nós são submetidos, não tem DP. Assim, eu penso (e digo) que a faculdade é um local onde você pode aprender de forma cooperativa, onde haverá pessoas interessadas em que você aprenda (desde que você queira) e onde você pode errar à vontade, pois o máximo que acontece quando você se reprova em uma disciplina é ter de cursá-la novamente. Repito: aí fora não tem DP. Dependendo daquilo com que a pessoa vai trabalhar, um erro cometido por algo que não foi aprendido pode significar mortes. Pode parecer exagero de minha parte, mas isso é algo que muita gente não pensa.

É isso, pelo menos por enquanto. Como escrevi acima, espero com essas palavras ter contribuído com a discussão e poder ajudar alguém. Se você concorda, ou se discorda, ou se eu não expliquei alguma coisa direito, ou se apenas quiser dar um “oi”, fique à vontade.

Impostos, ciclovias e outras coisas

Li hoje no Facebook um texto publicado por um profissional muito respeitado e que, além disso, mostra uma preocupação genuína com o Brasil e o atual estado das coisas. Se mais pessoas se preocupassem, possivelmente a situação brasileira seria outra.

Tomo a liberdade de reproduzir o texto e tecer algumas considerações a respeito.

(atualização de 11/09/2014 – 14h: o autor do texto no FB pediu que eu o removesse daqui pois, segundo ele, não teria como dar réplica aos comentários feitos nele e isso não seria justo – esclareço que a opção de comentar aqui no blog está ativada mas, respeitando a solicitação do autor procedi à remoção – ressalto ainda que eu o avisei no FB que havia colocado minha resposta aqui e dei-lhe a opção de pedir que o texto fosse removido se ele julgasse necessário)

Em seguida, minha opinião:

O princípio básico, que não é respeitado, é que o poder público deveria existir para servir ao povo. Se não for isso, qual é a função do Estado brasileiro?

Os impostos que pagamos por termos delegado ao Estado a responsabilidade de manter o Brasil funcionando servem para que todos, independentemente de sua condição sócio-econômica, tenham acesso a serviços decentes de Saúde, Educação, Segurança, Transporte, Habitação, Saneamento básico e o que mais for considerado necessidade primária. Se a pessoa quer ou não usar o serviço público ela deve ter a opção de usar o da iniciativa privada. Isso é tratar a população de forma igualitária.

O que ocorre no Brasil é que quem não pode pagar tem acesso a serviços de péssima ou má qualidade e quem tem um pouco mais de condições (não estou falando dos ricos) se mata para ter de pagar por algo que deveria ser provido pelo poder público, ou seja, tem de pagar duas vezes. E mesmo alguns serviços privados são de má qualidade.

Está sendo pregada há alguns anos (e a doutrinação tem dado resultado) a noção de que existem duas classes de cidadãos: aqueles que podem pagar e aqueles que não podem. Os primeiros teriam de financiar os outros. Isso está errado! Não é a população de classe mais baixa que de fato precisa. Eu preciso, você precisa, todos precisamos. Essa é a questão central.

Adoraria poder confiar no serviço público de Saúde. Sei, por conhecer quem precisou e se deu mal – além dos exemplos que são noticiados todos os dias e que relatam situações pelas quais justamente “quem precisa” (na sua concepção) passa, que não podemos confiar na estrutura provida pelo poder público. Note que não estou falando dos profissionais da Saúde, antes que algum desavisado venha pensar ou escrever qualquer besteira. Faltam recursos, que deveriam vir dos impostos. E podemos dar exemplos na área da Educação e da Segurança Pública, só para começar.

Quanto a criticar ciclovias e outras ações que facilitem a vida dos que dependem do transporte público para se locomover, não me coloque no meio dos que criticam. Eu adoraria poder voltar a usar o transporte público para ir trabalhar, como fiz por boa parte da minha vida, ao invés de ter de perder tempo precioso dentro de um carro preso em um trânsito cada vez mais caótico e de quebra contribuindo para a poluição do ar. Ocorre que se hoje eu tiver de usar trem, ônibus e/ou metrô terei de “sair ontem para chegar amanhã”. Eu não sou rico, sou trabalhador como muitos outros. Os impostos que pago deveriam ser usados para que eu, assim como qualquer outra pessoa, pudesse ter um transporte público decente.

Se você acha que o problema não reside nos políticos e sim nas pessoas, cabe lembrar que quem elege os políticos são as pessoas. Existe um círculo vicioso que poderia ser quebrado se os políticos tivessem de usar os mesmos serviços que o restante da população que não pode pagar utiliza e nas mesmas condições, sem furar fila, sem poder escolher hospitais ou escolas, se tivesse de usar o transporte público, se não tivesse sua escolta particular. Garanto que começaria a melhorar rapidinho. Isso sim é ser igualitário.

Quanto a criticar as ações socialistas, comunistas, chavistas, bolivarianistas etc., vamos separar as coisas. É importante lembrar que volta e meia tentam emplacar no Brasil medidas que vão na direção daquilo que foi feito em vários países desde 1917 (refiro-me à finada URSS e seus satélites) e que até hoje sobrevivem em Cuba, Bolívia e Venezuela, para falar em países mais próximos do Brasil. Não posso entender que se seja favorável a silenciar uma empresa de comunicação por ela ser contrária ao governo, como ocorreu na Venezuela. Não entendo que se possa ser simpático à tomada das instalações da Petrobras na Bolívia, como foi feito e ficou por isso mesmo. Não se pode pensar que Cuba é um exemplo a ser seguido quando pessoas perdem a vida tentando fugir do país em busca de uma vida melhor, onde o paredón foi realidade. A doutrinação que tem sido feita nas escolas e nas faculdades brasileiras, tentando incutir na cabeça das pessoas que o Brasil deveria ir por esse caminho, é um escândalo. Isso eu não penso que seja um bom futuro para o Brasil.

Implantação de ciclovias faz parte de ações que podem contribuir para um futuro melhor, isso sim.